Life is a maze and love is a riddle. I don't know where to go.

20 de dezembro de 2011

Chuva de estrelas

Quando era mais nova, sem saber ao certo que idade tinha, costumava sentar-me no topo das escadas da varanda depois do jantar. Uma das melhores coisas de viver numa aldeia é poder ver o céu estrelado todas as noites, poder olhar para cada estrela ao pormenor, sem sinais de poluição que nos impeçam de ver o que a noite tem de melhor. Fixava-me naquela que, para mim, era a mais brilhante. Gostava de lhe falar como se fosses tu, avô, que me estivesses a ouvir. Sempre vi o céu estrelado como um ponto de ligação entre mim e ti, aquele que por anos tivemos mas que eu não me lembro. Ontem, por mero acaso, repeti a experiência e sai à rua de pantufas e gorro na cabeça, embrulhada numa manta quente e pesada. Encostei delicadamente a cabeça à parede e ali fiquei, imóvel, à procura de uma estrela, de um significado ou de uma razão para tudo aquilo que está a acontecer. Senti o nariz a congelar. Imaginei aquele momento como continuação de um outro qualquer da minha infância, mas...agora com 15 anos, umas quantas mais vivências e umas quantas mais preocupações,...uns quantos mais sentimentos.  Ali permaneci na esperança que a tua ou uma qualquer outra estrela me trouxesse algo de volta, um sinal.

Estaria eu novamente à espera de encontrar ligação com quem me faz falta?

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