Life is a maze and love is a riddle. I don't know where to go.

22 de janeiro de 2012

Retratar os outros não é mais fácil

Recordo-me das primeiras impressões que retive ao vê-la pela primeira vez. Não se afastavam muito da pessoa que é, mas com todos estes anos fui tendo oportunidade de aprofundar as ligeiras ideias que criei e de conhecer um outro lado bastante distinto. Facilmente a caraterizamos como uma pessoa simpática e sorridente que abraça ou acaricia muitas das pessoas por quem passa na rua. Uma pessoa inconfundível que é conhecida por todos, não sei se por ser a única a dar bolo e café nas reuniões de turma se por ser sempre a última a chegar à escola no seu famoso carro branco, aberto para todos.
Tem um andar elegante e ligeiramente apressado, talvez por estar quase sempre atrasada para aquilo que tem realmente de fazer. Tem uma postura confiante e uma forma de se expressar que raramente deixa margem para dúvidas de compreensão. Os seus olhos mostram parte de uma busca incansável pelo saber, pelo descobrir. O seu cabelo só anda atado nos piores dias, nos restantes mantém-se altivo e com o volume certo. A sua voz aguda, que temi em vários momentos, acaba por nos ensinar sempre alguma coisa, nem que seja a detestá-la por momentos pela intensidade com que é capaz de sensibilizar ou irritar, fazer chorar ou pensar. Diz ser incapaz de muitas coisas que a imaginaria sem medo algum a fazer, o que contradiz a confiança e o espírito de iniciativa que gosta de transmitir. É exigente e rigorosa no que faz ou propõe fazer, o que nos deixa a nós, alunos, a querer dar o nosso melhor e acabar a dispensar mais tempo num trabalho do que queríamos. As suas formas redondas não lhe tiram de modo algum beleza, aliás, não seria a mesma sem elas.

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